Ideia, muda
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quarta-feira, abril 18, 2001

 
3 da manhã, 4 da manhã...
Que diferença...
Meu desktop está uma bagunça tão grande, que tive que aumentar a resoluçao para um passo além de 1024x768, porque colocando os ícones em ordem alfabética lá pela letra M já não cabia mais ninguém na tela. Resultado: Com o sono que estou não consigo ler o que escrevo, mas já mudei de volta a resolução, para não torturar meu lado purista com cagadas excessivas de digitação.

Ainda não sei se vou deitar ou não. Estou contando os dias até domingo. Me sinto horrível por fazer isso, e por vezes me sinto mais horrível ainda por deixar isso tão claro. E acredito que estou afinal a poucos passos de compreender toda a inutilidade de minha própria estupefação, já que é de fato algo tremendamente vão se horrorizar com o inevitável. Sem, é claro, trazer à tona a velha discussão sobre inevitabilidade.

Argumentos se auto-destroem, há uma alteração sensível na entropia, todo o embate desliza para o sustentáculo que, embora se permita abalar e redefinir perante cada choque lógico, é condição necessária e suficiente para a própria argumentação.

Não existem rachaduras nessa superestrutura, o defeito está aquém do visível, muito além do tangível. Ele está simplesmente ali, feito alma penada, perpetuamente perseguindo a vítima incauta. Não existem nesse sistema transeuntes inocentes, o trânsito por si se basta e é cúmplice da desintegração resoluta e incompreensível da estrutura que, como eu disse, desliza suave para o equilíbrio instável.

E nada me será mais confortável que esse equilíbrio, não almejo em vida poder contar com essa estabilidade, síntese-mor da sem-gracice na Terra. Me basta algo novo pra aprender, chuva, pássaros, folhas e o sobe-e-desce incansável do sol ao esperar a noite perseguida.
Olhar a janela com tranquilidade, ver um tanto de vida passando na rua, e com ufania ao parapeito:
- Aqueles lá embaixo, meus iguais !

Sei que tudo isso, todo esse sentimento, se resume em nostalgia do silêncio cálido, do instante de compreensão mútua. Essa caluda apaixonada, onde em um abraço o ser e o não-ser se expressam.


A argumentação que antes se auto-destruía, agora cairá em si de suas vaidades herméticas, com o perdão da palavra feia.
Fico devendo a Idéia um tanto sobre a Garagem de Moebius, mas minha preocupação agora é outra. Quando estarei saciado ?
 

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