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quinta-feira, junho 21, 2001
é irônico sentar pra escrever justamente em cima do ran(s/ç)o.
Quando a dúvida se faz absoluta, não resta tanto mais à quem pergunta. A dúvida, malvada em resolução e contexto, não se presta a formulações. Não existe parte inteira, não há quem a contrate. Sobra da dúvida o velho dissabor. O tédio escrito raso em uma página. No verso desanda tudo o que deveria. Sim, existe sentido. De tudo o que pouso por perto, existem os intragáveis. Destes tenho um sabor ainda maior, gosto justamente de enxergar em seus produtos a dúvida impermeável. Todas as explanações são tediosas, quebrar o cotidiano é transgredir a própria imaterialidade da rotina. Divagar em temas tão mundanos... O ar condicionado que não tenho tornou-se ontem a grande metáfora. Na parede, grudados, ficam todos os pássaros. No gelo, como a flor inominável. No barro, como o primeiro olhar nervoso sobre o elitismo. Atrás de uma bicicleta de outono. Solto no vento. Imortalizado no concreto. Existe na parede uma outra janela, uma outra vista. A maldade urbana se imortaliza ao lado dos bichos e seus predadores. Existe entre as cadeias uma interação muito própria. Da grade intangível, histórias se deixam permear de uma saudade colorida. As pessoas custam a entender o preço da liberdade. Se tal valor fosse enfim compreendido, as sentenças seriam rápidas, e um segundo sem liberdade seria punição suficiente para a redenção dos mais cruéis. Mas algumas jaulas são até válidas. A prisão perpétua, consagrada justamente no tal segundo sem liberdade. Eu tenho uma velha gaiola, daquelas bem pesadas. Nikon. Essa eterna referenciação não seria o suprimento maior da tediosa dúvida ?
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