Ideia, muda
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quarta-feira, janeiro 16, 2002

 
De súbito fico mais instigado do que nunca a me sentar e escrever algo, por menor que seja. Boa parte dessa madrugada estive lendo as conversas de um grupo que quase desconheço, desenrolando assuntos que por pouco nem ao menos me dizem respeito. A loucura anda pungente nesses dias dessarranjados, ouço os automóveis passando e imagino a pressa que as pessoas sentem quando estão prestes a chegar em casa.
Já eu estou ansioso por algo que nem ao menos sei.

Com lentidão vou tentando extrair das coisas o sumo, mais uma vez cogito proposições indubitáveis, ergo os mais insossos patamares. Tempero com o sal indistinto uma discórdia amiga, monossilábica. Faço como o terrorista da TV, que escreve cartas com recortes de jornal, e picoto manchetes irreconhecíveis de famosos por excelência que eu chamaria de amigos, não fosse pela irritante e sorrateira depressão que mora nestas novas gavetas.

Hoje tive a frieza de conversar, através da máquina, sobre silêncio e tristeza. Lembro do mês passado, quando utilizava o computador do Alexandre e notei que havia na bandeja um par de indicadores de temperatura. Por um instante eu invejei o calor da máquina, que embora seja por definição bicho mudo e triste, tinha o privilégio de funcionar quente. O debate da assepsia, que começou defenestrado e terminou morto como a máquina, parece ter o dom de operar gelado.
 

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