Ideia, muda
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quinta-feira, fevereiro 15, 2007

 
RFID.

Essas quatro letras representam, para alguns, o fim da privacidade como nós a conhecemos. As tags RFID estão entrando com rapidez no mercado - em particular no Japão, sempre aberto para tecnologias malucas - e em breve já vamos estar lidando com essa tecnologia em nosso dia a dia. O risco à privacidade, no entanto, é considerável.

No futuro, talvez, a privacidade só existirá em pensamento. E considerando a quantidade de gente pesquisando neurotecnologias capazes de, sim, ler pensamentos, isso não está tão longe de ser verdade. Seja num âmbito mais global, como o Dr. Lynch aqui, ou em situações mais específicas, como a proposta de um videogame capaz de ser controlado com a mente, o que não falta é gente correndo atrás dessas tecnologias. Aliás, mudando um pouco de assunto, li recentemente na SuperInteressante sobre um videogame capaz de calibrar o nível de dificuldade de acordo com a resposta física do usuário. O processo, claro, já devidamente patenteado.

Bom, agora junte o interesse enorme nas pesquisas neurotecnoógicas com a microtecnologia já disponível para os RFIDs e os esforços recentes para integrar a tecnologia com o reconhecimento biométrico e temos um quadro um tanto quanto assustador. Tags RFIDs em nossas roupas e, quem sabe, sobre a nossa pele, capazes de nos identificar e, cruzando nossos dados pessoais em uma miríade de fontes, permitir que o atendente da loja, o policial, o bombeiro e o gerente de RH daquela empresa em que você pretende trabalhar, possam lidar da maneira mais apropriada com a sua pessoa. Tudo isso, claro, antes de sequer lhe dirigir a palavra. Acrescente agora sensores capazes de interpretar a distância suas ondas cerebrais e mensurar, de alguma maneira, o seu presente estado de espírito e estamos à um passo do julgamento pré-crime de Minority Report. (E olha que já tem gente tentando ! - ok, não exatamente.)

Essa associação livre pode parecer maluquice de quem vive procurando a conspiração atrás da porta, mas porque motivo alguém precisaria de um chip com menos de 0.3 milímetros quadrados ? Observe que as tags RFID de 4 anos atrás já eram pequenas o bastante para servir de marca d´água em documentos. E mais, se o padrão para a emissão para os RFIDs for a alta frequência e, portanto, permitir identificação em média distância, a coisa começa a ficar ainda mais feia.

Vou parar por aqui, mas essa estória ainda vai dar muito pano pra manga...
 

Comments:
E eu estou lendo um livro agora justamente sobre isso... Não um livro sério, é um livro de ficção, mas se interessar: Breakpoint, de Richard A. Clarke. Ainda não acabei de ler, estou achando só médio, apesar da premissa (todas essas tecnologias que você mencionou...) ser pra lá de interessante.

By the way... Valeu pelos seus comentários recentes no meu blog! Super útil!

:)
 
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